O ALTO PREÇO DA INTERNET NO BRASIL

Custo impede que Web acompanhe salto das vendas de PCs no país

O custo ainda alto dos acessos à Internet impede que o volume de conexões à Web nos domicílios brasileiros acompanhe o crescimento do número de microcomputadores nos lares. Com isso, ano a ano cresce o volume de PCs sem qualquer conexão com a rede mundial, de acordo com pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

"A barreira continua a ser o custo elevado", afirmou Alexandre Barbosa, coordenador do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), que desenvolveu a pesquisa. Entre os entrevistados, 54 por cento citaram o custo elevado como razão para não contratar algum tipo de conexão.

Em 2008, a diferença entre lares com computador e residências com acesso à Internet, dobrou de 4 para 8 pontos percentuais.

Dessa forma, 4 milhões de domicílios possuem hoje computador em casa, mas eles estão desconectados da Internet, já que 28 por cento das casas possuem PC, mas apenas 20 por cento dispõem de alguma conexão com a Web.

LAN HOUSES NO TOPO

Enquanto não consegue pagar uma assinatura mensal de Internet, o brasileiro utiliza cada vez mais as lan houses, ou pontos públicos de acesso à Internet, onde paga preços baixos pelo tempo de conexão. "Há lan houses que cobram 1 real por hora", citou Barbosa.

Entre os entrevistados, 47 por cento afirmaram utilizar o centro pago para se conectar, índice superior aos que acessam de casa, que foi de 43 por cento em 2008.

O estudo também mostrou queda nas conexões feitas a partir do trabalho, de 26 por cento em 2005 para 22 por cento em 2008, o que pode tanto ser um sinal do aumento das conexões em casa como das restrições das empresas ao acesso de funcionários.

Os centros públicos gratuitos de Internet, ou telecentros, criados por iniciativas de governo, ainda respondem por apenas 3 por cento dos acessos, de acordo com a pesquisa.

"Tem várias ações que o governo pretende fazer para que a Internet seja importante na vida do cidadão, é um esforço conjunto de vários órgãos de governo", disse Augusto Gadelha, secretário de política de informática do Ministério de Ciência e Tecnologia, que participou do encontro com a imprensa através de videoconferência.

"As lan houses são certamente um meio bastante efetivo para a inclusão digital, no entanto os telecentros têm uma missão especial, muito ligados à educação, a objetivos específicos. Não temos que colocar um em oposição a outro, eles são complementares", acrescentou.

Rogério Sant'Anna, secretário de logística e TI do Ministério do Planejamento, ainda lembrou que os telecentros são hoje em número muito menor que as lan houses, ainda que admita que não há dados oficiais que mostrem quantos centros de acesso pago existem no país.

"Na verdade existe algo em torno de 5 mil a 6 mil telecentros, não chega a 1 por município", afirmou o secretário.

RÁDIO EM QUEDA, CELULAR EM ALTA

De acordo com a pesquisa TIC Domicílios, que pelo quarto ano consecutivo mediu a adoção de tecnologia dentro do lares, o uso do rádio tradicional vem caindo ano a ano, mas pode estar sendo substituído pelas emissoras online ou pelo acesso a estações pelo celular, segundo os organizadores do estudo.

Em 2005, por exemplo, 92 por cento dos lares dispunham de aparelhos de rádio, índice que caiu para 87 por cento em 2008.

O total de lares com telefone fixo também caiu, de 54 por cento em 2005 para 40 por cento em 2008, enquanto o uso de celular saltou de 61 por cento em 2005 para 76 por cento dos domicílios no ano passado.

O computador portátil, ainda que represente uma fatia muito pequena dos lares, saltou de 1 para 3 por cento do total entre 2005 e 2008. Já o computador de mesa estava em 17por cento dos lares há quatro anos e em 28 por cento deles no ano passado.

SÃO PAULO (Reuters)

Um comentário:

  1. Ministério de Ciência e Tecnologia ?!
    Isso existe ?!




    Silvio

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